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Num ato simbólico sem precedentes, um destacado clérigo sénior pede a coexistência religiosa no Irão

Num gesto simbólico e sem precedentes, o Ayatollah Abdol - Hamid Masoumi - Tehrani, um proeminente clérigo muçulmano, em destaque no Irão, anunciou hoje que tinha oferecido aos bahá'ís do mundo uma iluminura da caligrafia de um parágrafo dos escritos de Bahá'u'lláh, o Profeta-fundador da Fé Bahá'í.

Este ato, surge na sequência de várias declarações recentes, de intelectuais religiosos do mundo muçulmano, que se propuseram publicar interpretações alternativas dos ensinamentos do Islão, em que a tolerância de cada religião é, de facto, confirmada pelo Sagrado Alcorão.

“Este é uma revelação promissora, muito bem-vinda, com possíveis implicações para a coexistência dos povos do mundo”, disse Bani Dugal, Representante Principal da Comunidade Internacional Bahá'í, nas Nações Unidas.

O Ayatollah Tehrani afirma, no seu site, que ele elaborou a caligrafia do versículo como uma ”ação simbólica para fazer lembrar a importância da valorização do ser humano, da convivência pacífica, da cooperação e do apoio mútuo, e terminar com o ódio, a inimizade e o preconceito religioso cego”.

O Ayatollah Tehrani oferece este requintado presente para os bahá'ís do mundo, especialmente para os bahá'ís do Irão que, segundo ele, “têm sofrido de múltiplas formas, como resultado do preconceito religioso cego”. Ele afirma ainda, que este ato é “uma expressão de simpatia e de carinho da minha parte, e da parte de todos os meus concidadãos com uma mente aberta”.

Em resposta, a Sra. Dugal declarou: "A Comunidade Internacional Bahá'í ficou profundamente tocada por este ato tão elevado e pelos sentimentos de tolerância religiosa e respeito pela dignidade humana, que o levou a fazer isto."

“Esta acção, ousada, por um clérigo Muçulmano sénior, no Irão contemporâneo, não tem precedentes”, disse a Sra. Dugal. “É, ainda, notável, tendo em conta a perseguição contínua e sistemática à comunidade Bahá'í, no país, pelo governo islâmico”.

Esta complexa obra de arte deve ter levado vários meses, a ser feita, meticulosamente, à mão. Possui no seu centro, um símbolo conhecido pelos bahá'ís como "O Maior Nome" - uma representação caligráfica da relação conceitual entre Deus, os seus profetas e o mundo da criação. O presente mede cerca de 60X70 centímetros, com iluminuras em estilo clássico. Outras obras de arte do Ayatollah Tehrani incluem as iluminuras do Alcorão, da Torá, dos Salmos, do Novo Testamento e do Livro de Esdras. As suas iluminuras dos Salmos estão a ser realizadas na Biblioteca do Congresso, dos Estados Unidos.

O trecho que o Ayatollah Tehrani escolheu para citar, na oferta, é tirado do “Kitab-i-Aqdas” - “O Livro Sacratíssimo” - de Bahá'u'lláh.

Diz o seguinte: “Convivei com todas as religiões em amizade e concórdia, para que se inale de vós a doce fragrância de Deus. Vigiai para que a chama da tola ignorância não vos domine quando estais entre os homens. Tudo procede de Deus e a Ele retorna. Ele é a origem de tudo e n’Ele todas as coisas findam”.

Em ocasiões anteriores, o Ayatollah Tehrani tem, com grande coragem, expressado publicamente a sua preocupação com a perseguição contínua, e grave, das minorias religiosas, incluindo os bahá'ís, no Irão. Desde a Revolução Islâmica, em 1979, centenas de bahá'ís foram mortos e milhares foram presos. Atualmente 115 bahá'ís estão detidos nas prisões, apenas com base nas suas crenças religiosas. Os Bahá'ís no Irão não têm acesso ao ensino superior, estão impedidos de ganhar a vida, impedidos de enterrar os seus mortos de acordo com os seus próprios ritos de sepultamento, e submetidos à demolição, profanação e expropriação dos seus cemitérios, tudo por causa da sua religião.

A Esperança do Ayatollah Tehrani é que este presente, “que será preservado na Casa Universal de Justiça (o órgão máximo que superintende a Fé Bahá'í internacional), servirá para lembrar a antiga e rica tradição iraniana, de amizade e da sua cultura de coexistência”.

Para mais informações ir para: http://news.bahai.org

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