O próximo dia 18 de junho marca 40 anos desde que a República Islâmica do Irão realizou um ato de opressão arrepiante: 10 mulheres bahá’ís foram enforcadas numa única noite numa praça pública na cidade de Shiraz. O seu “crime” foi recusar renunciar à sua crença numa fé que promove os princípios da igualdade de género, bem como os da unidade, justiça e veracidade.
As mulheres foram enforcadas uma a uma, cada uma forçada a assistir à morte da próxima mulher numa tentativa angustiante de coagi-las a renunciar à sua fé. Uma - a última a ser executada - tinha apenas 17 anos; a maioria estava na casa dos 20 anos. Grupos de direitos humanos e cidadãos comuns em todo o mundo ficaram chocados e indignados com este ato bárbaro das autoridades iranianas.
Os líderes globais da época lideraram uma onda de apelos para que as mulheres e homens bahá'ís condenados fossem libertados das suas sentenças de morte. Mas sem sucesso.
Estão planeadas homenagens a estas mulheres em todo o globo, incluindo Portugal; tendo este movimento de homenagem começado há já mais de um mês, através de projetos artísticos em sua memória, resultado da campanha global #OurStoryIsOne, lançada pela Comunidade Internacional Bahá’í. As homenagens têm focado não só estas dez mulheres, mas a longa luta pela igualdade de género iniciada há muitas décadas pelas mulheres de todas as fés e origens no Irão, e que continua até hoje.
“A história destas 10 mulheres bahá’ís não acabou. Foi um capítulo no desenrolar da história da resiliência e do sacrifício das mulheres iranianas pela igualdade” explica Simin Fahandej, Representante da Comunidade Internacional Bahá’í (BIC) nas Nações Unidas em Genebra.
A Sra. Fahandej acrescenta que “Hoje, no sangue, lágrimas e feridas de milhares de mulheres jovens no Irão que buscam igualdade, podemos ver ecos da injustiça sofrida pelas 10 mulheres de Shiraz cuja trágica morte tocou a vida de muitos. Vemos o mesmo espírito, a mesma escolha a ser feita: defender os princípios da justiça e da igualdade com o máximo esforço.”
“Esperamos que juntos possamos homenagear não apenas as 10 mulheres bahá'ís de Shiraz, mas todas as mulheres em todo o Irão que prezam o princípio da igualdade entre mulheres e homens e que contribuíram para a construção de um futuro melhor para o país por meio de sua perseverança diante da opressão”.
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