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Hilda Xavier Rodrigues

Cavaleiro de Bahá'u'lláh

Hilda Summers nasceu a 26 de Novembro de 1916, na freguesia da Encarnação, em Lisboa. Era filha de Edward Joseph Summers (de nacionalidade inglesa) e de Carmen Deligant Summers (de nacionalidade francesa). O pai seguia a confissão anglicana e a mãe, a católica. O seu talento para línguas estrangeiras permitiu-lhe tirar facilmente um curso intensivo de secretária de administração na Pitmann School, em Londres. Ali trabalhou em grandes empresas sempre dentro deste campo e tinha muita afinidade com pessoas estrangeiras às quais se dirigia com todo o seu à-vontade.

Quis a Providência que a Hilda, quando atravessava uma fase triste da sua vida, sozinha e com a responsabilidade do seu primeiro filho ainda muito pequeno (o Michel), fosse um dia assistir a uma conferência pública no Instituto britânico; as palestrantes eram duas senhoras estrangeiras, Valerie Nichols e Louise Baker (as duas primeiras pioneiras Bahá’ís em Portugal). Foi ali que ouviu pela primeira vez a Mensagem de Bahá'u'lláh.

Não deixa de ser curioso que nesta conferência tenham pedido à Hilda para ler uma oração bahá’í em inglês; ela leu a oração com a maior devoção. Sentiu-se apreciada e o ambiente, os princípios e a maneira de estar das pessoas fizeram-na sentir como “um peixinho dentro d’água”. Rapidamente adotou esta nova família participando intensamente em todas as reuniões. No dia 4 de Novembro de 1948, a Hilda aceitou a religião bahá'í. Foi uma das primeiras bahá’ís portuguesas.

O apartamento dos Summers, em Lisboa, tornou-se num ponto de encontro e local de muitas reuniões bahá'ís. No Portugal amordaçado pela ditadura salazarista, aquela movimentação de pessoas, levou a uma denúncia por parte do porteiro do prédio. Hilda e Charlotte (uma outra jovem bahá'í americana) encheram-se de muita coragem, livros e panfletos e, na polícia explicaram que a Fé Bahá’í não se tratava de um movimento político, mas sim de uma Religião Mundial. Na esquadra foram tratadas com toda a amabilidade e respeito; por fim, a polícia deixou-as ir em paz.

Em 17 de Dezembro de 1948, Hilda fez parte do 1º Grupo Administrativo Bahá’í de Lisboa, formado por 8 membros, sendo ela a secretária e, em 1949, foi eleita membro da 1ª Assembleia Espiritual Local de Lisboa. Nesse ano, participou (juntamente com Lucinda Baptista) numa Conferência Bahá’í em Bruxelas (onde estavam representados 10 países) e em 1950 numa outra Conferência Bahá'í na Dinamarca (também estiveram presentes Charlotte Stirrat e Alberto Dannemberg).

José Xavier Rodrigues
Hilda Xavier Rodrigues
Hilda Xavier Rodrigues

Em 1951, Hilda casou com José Caetano Xavier Rodrigues. Passados dois anos, após participarem na Conferência Internacional Bahá’í de Estocolmo, ofereceram-se como "pioneiros" para a Guiné Bissau. A sua decisão de se instalarem na Guiné era a resposta a um apelo aos bahá’ís para que se espalhassem pelo mundo. 

José e Hilda Xavier Rodrigues
A Assembleia Espiritual Nacional dos Bahá'ís de Portugal (1963)
A Assembleia Espiritual Nacional dos Bahá'ís de Portugal (1976)

Naquela época existiam muitos territórios no mundo onde não residiam bahá'ís. Tinham sido identificados os países e territórios que deveriam receber esses "pioneiros" e feito um apelo geral à comunidade pedindo aos crentes que se instalassem naqueles países com o objetivo de divulgarem a mensagem de Bahá'u'lláh e criar novas comunidades. Os crentes que responderam a esse apelo, e se instalaram nesses países, receberam mais tarde o título de "Cavaleiro de Bahá'u'lláh"; foi uma forma de homenagear a sua coragem e empenho na divulgação da Causa Bahá’í.

Em Maio de 1992, Hilda foi a Haifa por ocasião do CENTENÁRIO DO FALECIMENTO DE BAHÁ'U'LLÁH. Aquele momento tão especial em que os bahá'ís homenageavam o Fundador da sua religião, foi considerado também o ideal para homenagear aqueles crentes que décadas antes tinham respondido ao apelo para espalha a Mensagem de Bahá'u'lláh por todo o mundo. Um pergaminho contendo o nome desses "Cavaleiros de Bahá'u'lláh" foi depositado à entrada do túmulo de Bahá'u'lláh. 

Hilda conta ter sido uma emoção fortíssima ao ouvir a caixa cair para dentro da terra e ao relatar este impressionante momento os seus olhos encheram-se de lágrimas.

No dia 4 de Dezembro de 2004, faleceu em Darque, Viana do Castelo.

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