História
Em 1844, Siyyid 'Ali-Muhamad, de Shiráz, Pérsia, afirmou ser "a Porta" (O Báb), o Imam oculto, o Mihdi. Os seguidores do Báb eram conhecidos como "Bábís" e a sua religião como Babismo; esta religião possuía as suas próprias escrituras e ensinamentos. De acordo com o Báb, a Sua principal missão era preparar o caminho para "Aquele a Quem Deus iria tornar manifesto", que foi prometido nas escrituras de todas as grandes religiões do mundo.
O crescente número de pessoas que aderiram a essa nova religião alarmou as autoridades políticas e religiosas da Pérsia. O Báb e os Seus seguidores foram perseguidos com grande crueldade. O Báb foi preso e, finalmente, executado em Tabriz, a 9 de julho de 1850, após seis anos de pregação. Os Seus restos mortais foram levados secretamente da Pérsia para a Terra Santa e sepultados no Local escolhido para o efeito, por Bahá'u'lláh.
Mirzá Husayn-'Alí, a quem o Báb deu o título de Bahá'u'lláh ("Glória de Deus" em português), era um nobre e foi um dos primeiros seguidores do Báb. Foi detido em 1852, durante uma grande perseguição contra os Bábís. Numa masmorra em Teerão, teve um sonho e percebeu que era Ele a pessoa de quem falavam as profecias do Báb. Onze anos mais tarde, no exílio, em Bagdade (então parte do Império Otomano), anunciou formalmente a Sua missão, à Sua família e a um pequeno grupo de seguidores.
As maquinações das autoridades persas e otomanas foram empurrando Bahá'u'lláh de exílio em exílio: de Bagdade a Istambul, a Adrianópolis e, finalmente, para a colónia penal de Akká na Palestina Otomana. Depois da prisão de Akká, Bahá'u'lláh permaneceu confinado em Bahjí (perto de Akká) até à Sua morte, em 29 de maio de 1892, após 40 anos de prisões e de exílios. Para a Comunidade Bahá'í, o Seu sepulcro, em Bahjí, é o lugar mais sagrado da Terra.
'Abbas Effendi era o filho mais velho de Bahá'u'lláh, e ficou conhecido pelo título de 'Abdu'l-Bahá (Servo de Bahá). 'Abdu'l-Bahá foi designado como o "Centro do Convénio" por testamento de Seu pai, e único intérprete autorizado dos escritos de Bahá'u'lláh, a fim de salvaguardar e proteger a Sua religião de cismas, tornando impossível criar novas seitas, como aconteceu com outras religiões ao longo dos tempos.
'Abdu'l-Bahá tinha partilhado os exílios e prisões de Seu pai. O Seu confinamento durou até ser libertado por ocasião da revolução dos Jovens Turcos, em 1908. Pouco tempo depois, 'Abdu'l-Bahá viajou para a Europa, Estados Unidos e Canadá, para anunciar os ensinamentos de seu pai e fomentar o desenvolvimento de comunidades bahá’ís emergentes, que iam surgindo. Muitas das Suas conferências e palestras foram registadas e publicadas em livros como: "Respostas a Algumas Perguntas" e "A Promulgação da Paz Mundial". Outro trabalho de 'Abdu'l-Bahá, que lançou as bases para a expansão e consolidação da comunidade mundial bahá'í, é uma série de documentos chamados "Epístolas do Plano Divino". Também manteve uma vastíssima correspondência com indivíduos e comunidades bahá'ís de todo o mundo, durante muitos anos, e muitas dessas cartas foram traduzidas e publicadas em diversos idiomas.
Shoghi Effendi, foi nomeado no Testamento do seu avô, 'Abdu'l-Bahá, Guardião da Fé Bahá'í e intérprete dos seus ensinamentos. Shoghi Effendi serviu a Fé durante 36 anos, até à sua morte, em 1957. Durante estes anos, o Guardião traduziu muitas das Escrituras de Bahá'u'lláh e 'Abdu'l-Bahá, para inglês, explicou os seus significados, incentivou a criação de instituições bahá'ís e concebeu uma série de planos para divulgar os ensinamentos bahá'ís por todo o mundo.
Um dos legados do Guardião é o magnífico cenário que ele criou, na Terra Santa, para o Centro Mundial da Fé Bahá'í. A conclusão do Santuário do Báb foi trabalho seu, bem como o edifício dos Arquivos Internacionais Bahá'ís. Foi também Shoghi Effendi que desenhou e realizou os belos jardins de Bahjí e das encostas do Monte Carmelo.
Casa Universal de Justiça, instituída por Bahá'u'lláh como a autoridade legislativa da Fé Bahá'í, foi eleita pela primeira vez em 1963. É uma instituição de nove membros eleitos, de cinco em cinco anos, por todos os membros das instituições nacionais bahá'ís. A Casa Universal de Justiça aborda os assuntos espirituais e administrativos da Comunidade Internacional Bahá'í. É também a guardiã e administradora dos lugares sagrados bahá'ís e de outras propriedades na Terra Santa. Dotada por Bahá'u'lláh com a autoridade para legislar sobre todas as matérias não previstas nas escrituras bahá'ís, a Casa Universal de Justiça é a instituição que mantém a comunidade bahá'í atualizada, num mundo em mudança.